Desigualdade

O texto tem como objetivo a definição de desigualdade, no contexto das Ciências Sociais e Humanas, Ramo da Sociologia.

Conceito de desigualdade

O que nos difere uns dos outros? O que nos torna iguais? O que será que influencia as nossas escolhas e condutas? O que podemos realmente chamar de desigualdades?

O mundo é diverso e a humanidade complexa. Não só nas caraterísticas pessoais, individuais, culturais, sociais, mas também no modo em como cada individuo se vê a si próprio e na maneira de como vê o outro diante dele (Santos, 2010).

Além da perceção que temos de nós próprios e também de cada pessoa que se cruze connosco, construimos a nossa própria ideia de divisão social com base nas diferenças, padronizadas ou não, em sociedade, que existem entre as pessoas e que influenciam as nossas próprias perspetivas presentes e futuras (Santos, 2010).

Algumas dessas caraterísticas gerais da própria divisão social que fazemos referem-se a: diferenças culturais, perpetuadas e sustentadas por crenças dominantes de instituições sociais, das quais fazemos parte, ou das nossas próprias interações dominantes; a nossa própria identidade que é partilhada por uma determinada categoria de individuos, mas pode ser contrária aos membros de outra categoria social; e ainda, acesso desigual aos recursos, gerando oportunidades diferentes de vida e até estilos de vida diferentes (Santos, 2010). No entanto, e segundo o autor Tilly (2005), uma categoria origina sempre diferenças o que não significa que vá necessariamente originar desigualdades.

Anthias (2005) denomina divisão social como sendo qualquer diferença social ligada a um tipo de tratamento diferenciado. Ou seja, uma divisão social é um termo abreviado que descreve as diferenças e desigualdades entre género, idade, saúde, grupos étnicos.

As divisões sociais envolvem uma rede de atividades em grupo complexa e invisível, dada como certa, que produz, distribui e regula de certa forma a produção de bens e serviços (Santos, 2010).

Sendo assim, pode-se denominar desigualdade social como sendo uma condição de acesso desproporcional aos recursos que temos (materiais ou não), fruto das divisões sociais. Para além disso, a acessibilidade aos recursos depende inclusivé, das nossas capacidades e das nossas possibilidades de escolha, pois para a utilização dos rescursos para a sua conversão em bem estar, as habilidades e talentos individuais também são muito importantes (Santos, 2010).

O autor Costa (2012), também considera as desigualdades sociais múltiplas e complexas. Interligam-se entre si, de modos variáveis e interligam-se através de fenómenos sociais de diversos níveis, amplitudes e temporalidades, tal como descrito anteriormente.

De um modo geral, todas as pessoas defendem a igualdade entre todos os individuos. Porém, e devido à grande diversidade humana, quando queremos igualdade em termos de uma variável, como a raça, classe social, idade, sexo, inevitavelmente nos deparamos com a desigualdade em termos de outra variável. A análise deste problema é imprescindível na compreensão da igualdade e da desigualdade, sendo que neste sentido se torna necessário e importante, estudos científicos de modo a lidar com a diversidade de mecanismos que geram a desigualdade (OECD, 2011a e 2011b).

 

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References:

Anthias, F. (2005). Social stratification and social inequality: models o interseccionality and identity, in Fiona Devine, Mike Savage, john Scott, and Rosemary Crompton (eds.) (2005), Rethinking Class.Culture, Identities and Lifestyle. Houndmills, Palgrave Macmillan, 24-45.

Costa, A. (2012). Desigualdades Sociais Contemporâneas. Lisboa, Mundos Sociais.

Organisation for Economic Co-operation and Development (2011a). Findings from the gender Equality Module of the 2011 Paris Declaration Monitoring Survey. Paris, OECD.

Organisation for Economic Co-operation and Development (2011b). Women’s Economic Empowerment. Paris, OECD.

Santos, J. (2010). Desigualdade Social e conceito de género. Acedido em 4, Outubro, 2012, em http://www.ufjf.br/virtu/files/2010/05/artigo-3a7.pdf

Tilly, C (2005). Historical Perspectives on inequality, in Mary Romero and Eric Margolis (eds.), The Blackwell Companion to Social Inequalities. Malden, Blackwell, 15-30.

 

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