Suporte social na velhice

O suporte social na velhice diz respeito à rede de apoio por parte de familiares, amigos e políticas, à qual os idosos têm acesso.

Suporte social na velhice

O suporte social na velhice diz respeito à rede de apoio por parte de familiares, amigos e políticas, à qual os idosos têm acesso.

De acordo com Ramos (2002) o suporte social na velhice é relevante na medida em que contribui, em larga escala, para a qualidade de vida e para a saúde do idoso. O que muitas vezes acontece, nesta faixa etária, é que o suporte social acaba por trazer consequências negativas para o idoso, devido à dependência exagerada, na qual, muitas vezes se encontram, ou então, por oposição, resultar de carência nesse âmbito (Ramos, 2002).

Quando falamos de consequências negativas, fazemos referência a variáveis associadas às diferenças no que concerne ao suporte social na velhice, que se prendem, por exemplo, com o estado civil, já que se observa, habitualmente, mais suporte no caso de idosos casados do que no caso de idosos com outro estado civil, para além da classe social, da raça e de outros fatores que colocam alguns idosos em desvantagem, em relação a outros (Ramos, 2002).

A situação económico-social e da saúde do idoso, também se traduz na vulnerabilidade a que o mesmo fica sujeito (Araújo, Freire, Padilha, & Baldisserotto, 2006).

Em países como o Brasil o Estatuto do Idoso, garante o suporte social na velhice, por meio da providencia de vários aspectos de direito, de que o idoso usufrui, sendo:

  • Vida,
  • Saúde;
  • Educação;
  • Cultura;
  • Desporto;
  • Lazer;
  • Trabalho;
  • Dignidade e respeito;
  • Convivência familiar e comunitária.

(Araújo, Freire, Padilha, & Baldisserotto, 2006).

Todas estas questões merecem uma atenção especial, na medida em que, quanto mais aumenta a população idosa, mais aumenta a sua necessidade de ter uma boa rede de suporte social no sentido de poder obter as respostas às suas necessidades básicas (Araújo, Freire, Padilha, & Baldisserotto, 2006).

Os estudos levados a cabo pelos autores, demonstram ainda que, ao nível das necessidades ligadas ao suporte social na velhice, aquela que se encontra em maior evidência e que se mostra como maior indicador de bem-estar é a que diz respeito ao suporte emocional (Araújo, Freire, Padilha, & Baldisserotto, 2006).

A família

Ramos (2002) menciona a importância das relações sociais quando se fala na saúde do idoso, principalmente no que diz respeito à família, uma vez que a mesma pode diminuir o stresse causado pelos problemas de saúde, pela perda de um cônjuge ou mesmo por dificuldades financeiras. Alguns dos preditores da qualidade de vida relacionada com o suporte social familiar são os emocionais e os funcionais que estão ligados à sensação de ser amado, de se sentir seguro e de ter uma boa autoestima (Araújo, Freire, Padilha, & Baldisserotto, 2006; Ramos, 2002).

Deste modo podemos dizer que tanto a família como os amigos, influenciam significativamente a sensação de suporte social na velhice e, por consequência, frequentemente, predizem a tendência maior ou menor para as doenças (Ramos, 2002).

Quando falamos de doenças, falamos, consequentemente, de saúde, na qual, se insere, a questão da saúde mental (Ramos, 2002).

Tal como já foi referido, que o suporte social influencia a maior ou menor existência de doença, também o mesmo se refere à saúde mental porque, quanto melhor o idoso se sente no que concerne ao suporte, mais facilidade de controlo pessoal ele tem, ou seja, melhora o seu bem-estar psicológico (Araújo, Freire, Padilha, & Baldisserotto, 2006; Ramos, 2002).

Araújo, Freire, Padilha e Baldisserotto (2006) referem o obstáculo das desigualdades sociais características de certos países como o Brasil, devido às quais, muitas vezes se verifica em falta, a questão do suporte social na velhice, principalmente em relação à saúde.

Em casos, como os da desigualdade acima referidos, os idosos que estejam em situação de exclusão são alvo da promoção de ações políticas de suporte social e apoios, baseadas em ações de cidadania (Araújo, Freire, Padilha, & Baldisserotto, 2006).

Autores como Avlund et al (2003, cit in Araújo, Freire, Padilha, & Baldisserotto, 2006) indicam a importância do comportamento, associado ao suporte social, que condiciona as mudanças inerentes à velhice, ao longo do tempo.

Conclusão

Verifica-se que o suporte social na velhice é essencial à vida dos idosos na medida em que a presença deste prediz a existência ou não de qualidade de vida, de saúde e de bem-estar. Para que o mesmo seja positivo, é necessário que vários aspectos da vida dos idosos tenham respostas adequadas, como a existência de família, amigos e relações interpessoais, aos quais, os idosos possam recorrer sempre que necessário. Todo o conjunto de questões associadas às necessidades básicas, é fortemente influenciado pela capacidade de resposta por parte desta rede de apoio, pelo que, quanto mais a mesma está preenchida, maiores são as condições de suporte social do indivíduo.

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References:

  • Araújo, Silvânia Suely Caribé, Freire, Danielle Bianca de Lima, Padilha, Dalva Maria, Pereira, & Baldisserotto, Julio. (2006). Suporte social, promoção de saúde e saúde bucal na população idosa no Brasil. Interface – Comunic., Saúde, Educ., v.10, n.19, p. 203-16, jan/jun;
  • Ramos, Marília, P. (2002). Apoio social e saúde entre idosos. Sociologias, Porto Alegre, ano 4, nº7, jan/jun 202, p.156-175. Acedido a 13 de setembro de 2016 em http://www.seer.ufrgs.br/sociologias/article/view/5783/0.
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