A rutura muscular corresponde à destruição de fibras musculares de um determinado músculo, ocorrendo habitualmente na interface entre o músculo e o seu tendão, designada por junção miotendinosa.
As ruturas musculares são muito comuns na prática desportiva e surgem através de dois diferentes mecanismos: por um lado, pode ser aplicado um trauma direto, cuja força de compressão cria uma contusão muscular; por outro lado, pode existir um estiramento do músculo, causado por excessivas forças de tensão geradas dentro do mesmo. Independentemente do mecanismo associado à lesão, existe sempre destruição de fibras musculares.
Consoante a gravidade da lesão, as ruturas musculares podem ser divididas em três graus. O grau I corresponde a uma pequena lesão, envolvendo apenas até 10% das fibras musculares, geralmente recuperável em 2 semanas. O grau II diz respeito a uma lesão moderada, existindo um comprometimento de até 90% das fibras musculares, associado a um tempo de recuperação de 4 a 6 semanas. O grau III, por sua vez, acarreta uma lesão grave, implicando uma destruição de mais de 90% das fibras musculares, que normalmente sugere uma rutura completa. A recuperação de ruturas deste grau é de cerca de 3 meses, com possível necessidade de cirurgia.
A área de músculo lesada cria uma autoreparação, formando tecido cicatricial. Este torna-se menos elástico em comparação com o tecido muscular normal, o que leva a uma maior suscetibilidade a nova lesão.
Os sintomas associados a uma rutura muscular incluem dor, edema, hematoma, tensão localizada, espasmo muscular, incapacidade de produção de força muscular e, nos casos de ruturas completas, pode ser visível a separação muscular.
References:
France, R. C. (2011), Introduction to Sports Medicine and Athletic Training (Second Edition), Delmar, Cengage Learning (Chap. 16 , pp 323-325)
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