Fantasia

Definição e breve percurso histórico da composição musical fantasia.

Conceito

A fantasia (em inglês, fancy; em francês, fantaisie; em alemão, fantasie) é, geralmente, uma composição em que a forma ocupa uma posição de importância secundária, com raíz no conceito de improvisação.

No entanto, a fantasia italiana do século XVI era uma composição instrumental que imitava fielmente o motete vocal. As fantasias de Henry Purcell, já no período barroco, são as últimas representantes deste tipo de composição renascentista. Já Sweelinck e Bach utilizaram o termo para as suas composições para órgão, em que a música sugere um carácter improvisador ou de execução livre.

Este carácter livre permaneceu nas fantasias de Carl Philipp Emnauel Bach, Mozart, Beethoven e Franz Schubert (que reteve alguns elementos da fuga dos séculos XVII e início do século XVIII). Schumann e Chopin, no século XIX, aplicaram o termo a pequenas peças de um só movimento, preservando a tradição anterior.

Mais tarde, alguns compositores inspiraram-se na fantasia renascentista e do início do período barroco. A «Fantasia para violino e piano» (1949) de Schönberg é, precisamente, um exemplo. Já as fantasias para teclas de Bach motivaram obras de Liszt, Reger e Busoni.

Alguns compositores exploraram a fantasia em termos programáticos ou descritivos. Por exemplo, John Mundy, compositor e organista inglês do período renascentista, já havia composto uma fantasia que versava sobre o tempo. Tchaikovsky, com a composição da fantasia sinfónica «Francesca da Rimini» evidencia a forma como a fantasia apelava ao imaginário romântico. Atente-se que Francesca da Rimini foi uma jovem nobre italiana imortalizada na «Divina Comédia» de Dante pela alegada trágica história de vida: apaixonou-se pelo irmão do marido, com quem fora forçada a casar por razões políticas, e manteve um caso que durou cerca de dez anos; acabaram por ser surpreendidos pelo marido de Francesca, que os matou.

Este tipo de composição foi também uma forma de instrumentalização da música vocal: a fantasia «Wanderer» de Schubert baseia-se numa das suas canções. Há quem defenda que a «Fantasia on Greensleeves» de Vaughan Williams tem como a base a canção popular inglesa «Greensleeves» mas não é um facto consensual.

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References:

Kennedy, M. (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações Dom Quixote.

The Editors of Encyclopædia Britannica (nd). Fantasia. Em https://www.britannica.com/art/fantasia-music

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