Conceito
O termo castrati (no singular, castrato) diz respeito a sopranos ou contraltos masculinos cuja voz era preservada por castração antes da puberdade.
História
A castração de jovens cantores era uma prática que existia desde o início do Império Bizantino, em Constantinopla, cerca de 400 d.C, e que permaneceu popular até 1204, altura em que desapareceu na história, coincidindo com a saque de Constantinopla, pelas forças da Quarta Cruzada. No entanto, os castrati reapareceram em Itália, no século XVI, devido à necessidade de vozes agudas nos coros da Igreja. A instituição dos castrati esteve, portanto, ligada à proibição eclesiástica do canto das mulheres nas igrejas.
Os castrati foram muito necessários na ópera italiana nos séculos XVII e XVIII (primeira metade), sendo este o período onde se assistiu ao auge da prática destes cantores, apreciados pela voz brilhante, flexível e geralmente sensual. Estes formavam-se em escolas especiais, onde adquiriam um virtuosismo notável: capacidade de sustentar a respiração, velocidade, domínio do timbre, extensão de três oitavas, expressividade etc.
Entre os castrati mais famosos contam-se Gualberto, Senesino, Farinelli, Caffarelli, Guadagni e Velluti.
A partir da segunda metade do século XVIII, a popularidade dos castrati entrou em declínio mas estes sobreviveram na Capela do Vaticano até ao século XX. O último castrato a abandonar o coro da Capela Sistina foi Alessandro Moreschi (1858-1922), em 1913, do qual ainda existem gravações registadas em 1902.
References:
Kennedy, M. (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações Dom Quixote.
Massin, J. & Massin, B. (1983). História da Música Ocidental. Editora Nova Fronteira, S.A: Rio de Janeiro.