Turismo como factor de Desenvolvimento

O texto aborda o Turismo como factor de Desenvolvimento; apresentamos o principal contributo do turismo para os territórios e as melhores formas de o gerir.

O turismo tem-se revelado ao nível mundial, como o sector de atividade com maiores taxas de crescimento nas últimas décadas. De acordo com as previsões da Organização Mundial de Turismo, irá manter essa tendência nos dois primeiros decénios do século XXI, assumindo-se mesmo como a principal atividade económica no globo, superando em termos de exportações os sectores ligados à produção petrolífera, ao comércio de automóveis e produção petrolífera.

Paralelamente, a indústria turística deverá continuar a enveredar por uma busca de diversificação e qualificação dos seus serviços, conferindo particular atenção a determinadas ações que poderão influenciar positivamente os movimentos turísticos, como sejam: marketing mais agressivo e direto; inovação na comercialização dos produtos turísticos; contactos personalizados para a promoção dos produtos turísticos; oferta de serviços de maior qualidade.

Tudo aponta no sentido de um reforço da concorrência internacional, o que também obrigará os Governos a adotarem um conjunto de procedimentos de modo a influenciarem positivamente os movimentos turísticos contribuindo para o desenvolvimento dos territórios. Assim, constituirão eixos fundamentais da atuação do setor público: a acentuação da promoção dirigida aos mercados interno e externo (com seleção de segmentos prioritários); o desenvolvimento dos produtos turísticos existentes e a criação de novos; o reforço das parcerias com o setor privado; a regulação administrativa, legal e financeira; a aposta na formação profissional; o investimento no equilíbrio ambiental e na valorização do património cultural.

Torna-se imperioso assegurar o planeamento, atender às necessidades futuras e criar as condições para uma utilização racional e eficaz do espaço turístico. Neste domínio, as entidades com responsabilidades no sector turístico, quer ao nível nacional, como aos níveis regional ou local, devem participar num processo integrado de planeamento, tendo sempre presente a necessidade de compatibilizar o desenvolvimento turístico com a salvaguarda dos recursos turísticos primários.

É indiscutível que as comunidades locais podem usufruir de vários benefícios do turismo, já que o seu desenvolvimento equilibrado e durável deve proporcionar uma efetiva melhoria da qualidade de vida aos residentes. Contudo, é essencial que os residentes da comunidade estejam envolvidos nas tomadas de decisões a nível de planeamento e de gestão do turismo (desenvolvimento participativo), recebendo benefícios equitativos deste sector. De facto, através da cooperação e intervenção produtiva entre as empresas turísticas, os setor público e a comunidade, é viável criarem-se condições para que todos possam obter benefícios e alcançar uma melhor qualidade de vida.

Como está plenamente demonstrado, o turismo é fortemente dinamizador de atividades económicas locais, face ao excelente grau de apropriação potencial dos seus efeitos multiplicadores pelos sistemas regionais e locais. Paralelamente, e face às suas características, o turismo surge como um conjunto de atividades económicas que pode preservar o carácter local ou regional, sem perigo de deslocalização de atividades e, consequentemente, de postos de trabalho.

O turismo é o sector por excelência das parcerias, sem as quais não será possível gerar os consensos que permitam o desenvolvimento sustentável. E, se as boas estratégias empresariais são fundamentais para o turismo, também a coerência das políticas se afigura como primordial, tendo o poder público um papel importantíssimo neste domínio.

Apesar do facto da movimentação das pessoas poder ocorrer entre países ou grandes regiões, os impactes gerados pelo turismo, são na maior parte dos casos, sentidos numa escala local. De facto, é a este último nível, que são criados postos de trabalho e que a melhoria dos rendimentos das famílias pode ocorrer; é ainda no plano local que têm que ser equacionadas as necessidades adicionais criadas pelo desenvolvimento turístico em áreas, tais como, o abastecimento de água e de eletricidade, o saneamento básico, a recolha e o tratamento de lixos, entre outras.

No plano local, as apostas podem ser diversificadas com as apetências e recursos de cada área, mas sempre numa lógica clara de integração com as políticas definidas no “patamar” de nível imediatamente superior (regional e nacional). Por outro lado, do ponto de vista de estruturação da oferta turística e da ação promocional, é desejável dispor de organizações regionais em destinos mais dimensionados, com integração adequada de produtos locais e com capacidade de afirmação em mercados.

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References:

Referências Bibliográficas:

  • Cooper, C., Fletcher, J., Fyall, A., Gilbert, D. e Wanhill, S. (2007). Turismo, princípios e prática, 3.ª edição, Bookman, Porto Alegre.
  • Cunha, L. (2006), Economia e política do turismo, Ed. Verbo, Lisboa.
  • Organização das Nações Unidas (2010). International Recommendations for Tourism Statistics 2008, Department of Economic and Social Affairs Statistics Division.
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