Peniche (Portugal)

Apresentação da cidade de Peniche e do seu concelho: caracterização sócio-económica, histórica, heráldica, património histórico, edificado e património natural.

Peniche é uma cidade portuguesa e sede de município do Distrito de Leiria, inserido na Região Centro e na sub-região do Oeste. Segundo o Censos de 2011, o Concelho de Peniche tem de área 77,7 Km2 e de população: 27.753 habitantes, dividido por 4 freguesias: Peniche, Atouguia da Baleia, Ferrel e Serra d’El Rei. O município é limitado por Óbidos, Lourinhã e pelo Oceano Atlântico como fronteira natural. A cidade de Peniche tem 14 882 habitantes, comprovado no último Censos realizado. O arquipélago das Berlengas situado a pouco mais de 5 quilómetros do Cabo Carvoeiro faz parte da freguesia de Peniche.

Berlengas-Hotel-Soleil-Peniche

História da Cidade:

Através de documentação histórica há conhecimento que o nome Peniche deriva da palavra latina península que à letra significa “quase ilha”. O interesse por este território remonta às comunidades paleolíticas de caçadores-recolectores que perante a diversidade de recursos nele disponibilizados aqui se terão fixado. Desta ocupação existem exemplares de estações pré-históricas, como é o caso do conjunto de grutas no Planalto das Cesaresas e a Gruta da Furninha. Esta última com maior importância arqueológica devido ao seu espólio, fica localizada junto ao mar e foi ocupada entre o período do paleolítico médio, como abrigo, e o final do calcolítico. Durante o Neolítico e a Idade de Cobre, terá tido a função de necrópole. Foi escavada em 1880 pelo estudioso Joaquim Nery Delgado. Dos seus vestígios destacam-se: vestígios osteológicos de vários hominídeos, nomeadamente do Homo Sapiens (Homem de Neandertal) e de Homo Sapiens Sapiens (Homem actual); vestígios de fauna do período quaternário (peixes e mamíferos); utensílios líticos (bifaces, pontas de seta, ou machados de pedra polida); utensílios em osso; e várias peças de cerâmica neolítica (os célebres vasos de suspensão da Gruta da Furninha). Durante a época romana assistiu-se à consolidação de uma economia que ficou assente no cultivo das fertéis terras aluviais contíguas ao Rio de S. Domingos e à Ribeira de Ferrel, e também na exploração de recursos estuarinos e marinhos. A descoberta junto ao Murraçal da Ajuda (Peniche), de um complexo oleiro que terá laborado no século I D.C, terá demonstrado a importância da última componente acima referida. Deste complexo conhecem-se quatro fornos, que se teriam dedicado principalmente à produção de ânforas que serviam para o envase dos preparados de peixe – produção de conservas de peixe. Actividade industrial que continua a laboral nos dias actuais nesta terra piscatória. A presença romana também parece estar comprovada no Arquipélago das Berlengas. Nas águas em volta da ilha foram encontrados e recuperados cepos e âncoras em chumbo e várias ânforas romanas. No período medieval, dizem-nos as fontes históricas, que o território de Peniche estaria integrado na esfera económica e administrativa da importante herdade e depois vila de Atouguia da Baleia. Esta localidade, apesar de estar a alguma distância do mar, teve durante a Idade Média um grande desenvolvimento económico devido ao seu porto, considerado um dos mais importantes do reino na época de D. Dinis. Este florescimento económico foi rentável devido à actividade piscatória, assente em captura de espécies como baleia e, permitiu autonomia administrativa deste território face à povoação vizinha de Óbidos. No entanto, a partir do século XVI, Peniche assiste a um desenvolvimento urbano, demográfico e económico e é elevada à categoria de vila e sede de concelho em 1609, autonomizando-se de Atouguia da Baleia. A edificação faseada de um sistema defensivo na localidade, processo iniciado por D. Luís de Ataíde, também terá contribuído para um clima de prosperidade, inibindo os frequentes ataques da pirataria muçulmana norte Africana e impossibilitando desembarques hostis. Este complexo foi concluído no século XVII e era constituído por várias fortificações localizadas no mar, de forma a vigiar o acesso a vários pontos da costa que era considerados de vital importância estratégica. Faziam parte desse complexo defensivo a Fortaleza de Peniche, a muralha que se estendia pelo território, o Forte de S. João Baptista, na ilha da Berlenga e o Forte de Nossa Senhora da Consolação. Durante a Época Contemporânea, assiste-se à consolidação do concelho de Peniche em termos económicos mas também se assiste a uma lenta mas progressiva melhoria da qualidade de vida das populações do concelho. Em 1988, é elevada a cidade. A cidade de Peniche tornou-se também conhecida por nela se localizar uma das prisões políticas durante o regime do Estado Novo (1934-1974). Apesar da segurança máxima do Forte de Peniche, foi palco de duas importantes e espectaculares fugas. Na madrugada de 18 para 19 de Dezembro de 1954, a fuga de António Dias Lourenço, e a 3 de Janeiro de 1960, a fuga memorável de Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues. Após o 25 de Abril, a cidade passou a recolher, no forte, as famílias de retornados das ex-colónias portuguesas de África.

Forte-de-Peniche

Património Edificado e Natural:

A Fortaleza de Peniche é o maior destaque da cidade e do concelho de Peniche. Em tempos, uma Prisão do Estado Novo, actualmente trata-se de um Museu Municipal com colecções de arqueologia da Gruta da Fundinha, um dos patrimónios naturais mais relevantes do concelho. A nível religioso, destacamos a Igreja de São Pedro e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Peniche e a Igreja Nossa Senhora da Conceição, na Atouguia da Baleia. No concelho, localiza-se, também o Farol do Cabo Carvoeiro.

Brasão da Cidade:

brasão-penicheO Brasão de Peniche é de Prata, com uma caravela de negro mastreada e encordoada do mesmo, vestida de vermelho, vogando num mar de quatro faixetas ondadas de verde: à proa a imagem de S. Pedro, vestido de vermelho com manto azul e a chave de ouro na mão direita e na ré a imagem de S. Paulo vestido da mesma forma, com uma espada de ouro nas mãos. Coroa mural de cinco torres de prata. Listel branco, com legenda a negro CIDADE DE PENICHE. Gironada de oito peças de vermelho e negro, cordão e borlas do mesmo esmalte. Haste e lança de ouro.

Acordos de Geminação e Cooperação:

  • Seia, cidade portuguesa da área da Serra da Estrela com cerca de 5300 habitantes (desde 2 de Março de 1993)
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