A vitamina E é uma vitamina lipossolúvel, essencial para a saúde. A vitamina E não constitui um único composto mas, sim, abrange 2 conjuntos de 4 compostos cada um:
a) Tocoferóis (α, β, γ e δ-tocoferol) de cadeia lateral saturada;
b) Tocotrienóis (α, β, γ e δ-tocotrienol) de cadeia lateral insaturada.
Embora todos sejam absorvidos, apenas o α-tocoferol contribui para satisfação das necessidades humanas de vitamina E. O α-tocoferol é a forma mais comum de vitamina E encontrada na comida e a forma biologicamente mais ativa.
Tal como todas as vitaminas lipossolúveis, a absorção da vitamina E requer simultaneamente a absorção adequada de gordura alimentar e é transportada por quilomicra e por lipoproteínas para ser distribuída ao longo de todo o corpo.
Ao contrário das outras vitaminas lipossolúveis (A e D), a vitamina E não acumula no fígado. O tecido adiposo contém cerca de 90 % da vitamina E do corpo humano e a restante vitamina E é encontrada em quase todas as membranas celulares de todos os tecidos.
Funções no organismo
A vitamina E é um antioxidante e a sua atividade é promovida por outros nutrientes envolvidos nas vias antioxidantes, tais como a vitamina C e o selénio.
Durante os processos metabólicos normais da célula, o oxigénio reage com outros compostos, formando radicais livres Os radicais livres são moléculas altamente instáveis e tóxicas que contêm um eletrão desemparelhado. São os eletrões desemparelhados que torna os radicais livres altamente reativo. Resumidamente, o radical livre ataca uma molécula vizinha e “rouba-lhe” o eletrão em falta; esta molécula que perdeu o eletrão torna-se um novo radical livre, desencadeando uma reação em cadeia.
Uma forma de dano provocado por radicais livres que promove a aterosclerose é peroxidação lipídica, ou seja, a formação de moléculas lipídicas instáveis que contêm um excesso de oxigénio. Para parar a peroxidação lipídica, a vitamina E atua como um potente antioxidante e interrompe a cascada de formação de radicais livres. A vitamina E doa um eletrão ao radical livre, evitando que o radical livre procure eletrões noutra molécula e provoque mais danos.
Os ácidos gordos polinsaturados das membranas celulares são especialmente vulneráveis ao ataque de radicais livres. A vitamina E mantém a integridade das membranas plasmáticas e dos organelos e das lipoproteínas ao servir como uma das defesas principais ao dano dos radicais livres nas membranas.
Dose diária recomendada e fontes alimentares
A dose diária recomenda de vitamina E é de 15 miligramas de α-tocoferol tanto para homens e mulheres.
A vitamina E é encontrada em diversos alimentos de origem vegetal e animal. O óleo de gérmen de trigo contém a concentração mais elevada de vitamina E usável. Óleos vegetais (girassol, palma, milho, soja, etc.) também são boas fontes como também frutos secos (nozes, avelãs, etc.). As margarinas produzidas de óleos vegetais também são ricas em vitamina E.
Os alimentos de origem animal são fontes de vitamina E medianas a pobres e variam grandemente dependendo da composição em lípidos da dieta do animal.
O cozimento, o processamento e o armazenamento pode reduzir consideravelmente o conteúdo de vitamina E nos alimentos. Durante a moagem do trigo para produzir farinha branca, o gérmen de trigo rico em vitamina E é removido. A vitamina E estabiliza os óleos onde retarda o aparecimento do ranço mas o calor durante a fritura acelera a oxidação dos mesmos.
Carência de vitamina E
Embora a deficiência em vitamina E é rara em adultos, esta pode estar relacionada com o desenvolvimento de cancro, cataratas e das doenças de Parkinson e Alzheimer.
Em casos extremos pode levar à hemólise dos eritrócitos (anemia), alterações oculares, fraqueza muscular, lesões cutâneas.
References:
- Colombo, M.L. (2010). An Update on Vitamin E, Tocopherol and Tocotrienol— Perspectives. Molecules, 15: 2103-2113.
