Resiliência familiar

Resiliência familiar diz respeito à capacidade de superação das adversidades do ponto de vista da família, colocando o foco nos aspetos positivos.

Resiliência familiar diz respeito à capacidade de superação das adversidades do ponto de vista da família, colocando o foco nos aspetos positivos. Deste modo, não apenas um, mas todos os membros da mesma contribuem para que esta dinâmica aconteça de forma eficaz.

Segundo os trabalhos levados a cabo por Yunes, Garcia e  Albuquerque (2007) a resiliência diz respeito aos processos pelos quais o indivíduo passa para lidar com problemas do dia a dia e à forma como se adaptam para os conseguir resolver.

De acordo com os estudos de Yunes (2003) o termo resiliência familiar é ainda novo, uma vez que, na maioria dos casos, quando se fala de resiliência, associa-se o tema apenas ao indivíduo. No entanto, vários autores já vêm mostrando preocupação com a capacidade de resiliência do ponto de vista familiar, já que o mesmo está diretamente ligado ao membro que é, na maioria das vezes, o foco, pelo que importa compreender de que forma a família pode contribuir para esta mesma capacidade (Yunes, 2003).

Deste modo, quando se fala sobre família, evidenciam-se sempre aspetos negativos da mesma pela convivência entre os seus membros (Yunes, 2003). Por esse motivo, os novos estudos sobre resiliência familiar, visam deixar de colocar o foco nas coisas negativas e sim, promover os aspetos mais saudáveis inerentes à sua dinâmica (Antonosvky, & Sourani, 1988, cit in Yunes, 2003).

No mesmo enquadramento de ideias, as pesquisas de Yunes, Garcia e Albuquerque (2007) definem a resiliência familiar como a capacidade de todos os membros para se focarem na resolução das dificuldades e encontrar pontos positivos que promovam o sucesso e a capacidade de se superarem, em vez de se focarem nos pontos mais negativos.

Nas suas pesquisas, Yunes (2003) vem precisamente, buscar questões como a capacidade para encontrar estratégias de coping, competências, desafios e capacidade de adaptação das famílias, para explicar a forma como as mesmas resolvem situações que obrigam a uma mudança quando o momento é de crise.

Para o fazer, as famílias buscam pontos chave de cada situação que permitem, de forma mais eficaz, resolver as situações de crise ou stresse ao mesmo tempo que encaram estas situações como oportunidades para evoluir e se enfortalecerem (Yunes, Garcia, & Aluquerque, 2007).

Para compreender a resiliência familiar, Yunes tem em conta, não só situações de crise como também, situações simplesmente de mudança, ou seja, desde tragédias ao nascimento de um filho e as diferentes fases de desenvolvimento que acarretam a vida deste novo ser (Yunes, 2003).

A partir deste foco, Yunes (2003) verifica, nos seus trabalhos, a existência de quatro tipos de famílias, sendo elas as vulneráveis, as seguras, as duráveis e as regenerativas, o que se pode observar mediante o tipo de dinâmica familiar inerente.

De referir ainda que, para além de todas as famílias possuírem diferentes tipos de dinâmicas, o mesmo deve ter sido em conta no que diz respeito a raça, cultura e etnia, uma vez que estas variáveis também influenciam no tipo de resiliência que cada família adquire (Yunes, 2003).

Há que compreender que, grande parte das populações provenientes de famílias mais pobres, são bastante influenciadas pelos pontos negativos da dinâmica familiar, pelo que esta variável acaba por interferir negativamente quando o assunto é a capacidade de resiliência do ponto de vista da família como um todo (Yunes, Garcia, & Albuquerque, 2007).

“Resiliência em família descreve a trajetória da família no sentido de sua adaptação e prosperidade diante de situações de estresse, tanto no presente como ao longo do tempo.” (Yunes, 2003, p. 81). Pegando nestas palavras podemos afirmar que as famílias resilientes são capazes de adoptar bastante bem estas estratégias, dependendo do ambiente e do nível de desenvolvimento adquirido, tendo em conta fatores que propiciem a capacidade de resiliência ou não, como por exemplo, fatores de risco, fatores de proteção e partilha (Yunes, 2003).

Conclusão

À semelhança do conceito de resiliência do ponto de vista individual, a resiliência familiar procura também encontrar estratégias de coping para lidar com situações de crise ou de mudança, do ponto de vista da família, no sentido de evoluir e superar desafios do dia a dia. Nesse sentido, os estudos procuram observar a capacidade das famílias para se focar nos seus pontos positivos, com vista a utilizarem essas ferramentas para poderem promover estratégias eficazes de resolução dos problemas.

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References:

  • Yunes, M.A.M., Garcia, N.M., & Albuquerque, B.M. (2007). Monoparentalidade, Pobreza e Resiliência: Entre as Crenças dos Profissionais e as Possibilidades da Convivência Familar. Single-parenthood, Poverty and Resilience: The Professional’s Beliefs and the Possibilities of Family Life. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(3), 444-453.
  • Yunes, M.A.M. (2003). PSICOLOGIA POSITIVA E RESILIÊNCIA: O FOCO NO INDIVÍDUO E NA FAMÍLIA. Psicologia em Estudo, Maringá, v.8, num. Esp., p. 75-84, 2003.
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