Heterossexualidade

A heterossexualidade diz respeito aos relacionamentos entre indivíduos de sexos diferentes, com comportamentos específicos face à relação.

Heterossexualidade

A heterossexualidade diz respeito aos relacionamentos entre indivíduos de sexos diferentes, com comportamentos específicos face à relação.

Carneiro (1997) refere, de acordo com a sua experiência junto de diferentes tipos de casais, que, além de haver várias semelhanças e diferenças entre casais homossexuais e heterossexuais, os casais heterossexuais, habitualmente, dão muito mais importância à sexualidade quando se trata do segundo casamento do que quando se trata do primeiro.

De acordo com Poeschl, Silva e Cardoso (2015) é cada vez mais consensual que, de fato, o casamento vem perdendo importância ao longo dos anos, no que concerne às escolhas da população heterossexual. Uma das evidências da modernidade, no que concerne às escolhas dos indivíduos heterossexuais é que, cada vez mais se percebe a diferença de foco acerca dos valores quando os casais coabitam antes do casamento, tais como, mais individualismo, materialismo e sensibilidade quanto à progressão das mulheres na carreira (Poeschl, Silva, & Cardoso, 2015).

A par de todas estas mudanças nos valores, uma característica comumente observada em casais heterossexuais, de acordo com as pesquisas de Poeschl, Silva e Cardoso (2015) é a necessidade de satisfazer as suas necessidades sexuais, necessidade de admiração por parte do outro, medo da solidão e do envelhecimento isolado.

Carneiro (1997) percebe ainda que as mudanças que vêm acontecendo ao longo do tempo na sociedade, afetam tanto os casais homossexuais como os heterossexuais.

No que concerne às diferenças de género entre os casais, é mais comum as mulheres valorizarem os bens materiais e os homens valorizarem a capacidade de reprodução (Carneiro, 1997). Além disso, as mulheres heterossexuais são, normalmente, mais seletivas ao fazer escolhas para qualquer que seja o tipo de envolvimento que terão com os homens, ao passo que os homens são mais seletivos, apenas quando se envolvem com as mulheres para fins de casamento, já que, no segundo caso, não importam questões como compreensão, gentileza e inteligência, ao contrário do primeiro (Carneiro, 1997).

O que se verifica com bastante frequência é que os casais heterossexuais, cada vez mais associam o casamento às normas sociais e à tradição, principalmente no que diz respeito a questões familiares religiosas, defendendo que os valores realmente importantes se prendem com a felicidade, o respeito de parte a parte, a compreensão e a fidelidade, independentemente da vontade de ter filhos ou não (Poeschl, Silva, & Cardoso, 2015).

Por outro lado, em geral, indivíduos heterossexuais valorizam fidelidade, integridade, carinho e paixão, independentemente do género, e desvalorizam crença religiosa e jovem, mas os homens não valorizam competências económicas, ambição e competências profissionais, ao passo que as mulheres não valorizam falta de ciúmes, atração física e capacidade reprodutiva, nos homens (Carneiro, 1997; Poeschl, Silva, & Cardoso, 2015).

Segundo Poeschl, Silva e Cardoso (2015) devido às mudanças sociais, cada vez mais evidentes, que o acesso aos métodos contracetivos e à escolarização, por parte das mulheres, lhes devolveu o acesso à progressão na carreira e por consequência disso, independência económica, a coabitação torna-se cada vez mais adotada pelos casais heterossexuais. A par disto, em meados do século xx o desinteresse em ter filhos, começou a ser aceite e, ao contrário do que acontecia anteriormente, filhos fora do casamento, passaram a ter os mesmos direitos dos filhos concebidos entro do casamento (Poeschl, Silva, & Cardoso, 2015). As diferentes visões entre casais que coabitam e casais casados, acerca dos valores, parece ser evidente, na medida em que aqueles que coabitam previamente dão mais importância a questões financeiras, e aqueles que casam primeiro, dão mais importância às questões tradicionais do casamento (Poeschl, Silva, & Cardoso, 2015).

Quanto à capacidade reprodutiva, Carneiro (1009) afirma que é mais levada em conta por solteiras e casadas do que em mulheres que vivem o segundo casamento.

Apesar das diferenças sociais que podemos constatar ao longo dos anos, é possível ainda perceber a importância dada ao casamento por parte da comunidade heterossexual, fruto dos valores e tradição resistentes ao passar do tempo (Poeschl, Silva, & Cardoso, 2015).

Conclusão

São evidentes as mudanças sociais no que concerne aos relacionamentos por parte dos indivíduos heterossexuais, ao longo do tempo. Se antigamente se enfatizava muito a importância de um casamento tradicional, com boda, convidados e festa, além do afeto e do carinho, hoje em dia, cada vez mais a comunidade heterossexual assenta os seus valores em questões económicas e financeiras, isto é, materiais. Por outro lado, no que diz respeito a sentimentos, prevalece a importância da fidelidade, respeito mútuo e integridade.

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References:

  • Carneiro, T.F. A escolha amorosa e interação conjugal na heterossexualidade e na homossexualidade. Psicologia Reflexão e Crítica [em linha]. 1997Vol.10 nº2. [citado a 2016-06-22], pp.351-368. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79721997000200012;
  • Poeschl, G., Silva, B.P., & Cardoso, F.T. Casamento, casamentos? Rpresentações socais do casamento heterossexual e do casamento homossexual. Análise Psicológica [em linha]. 2015, vol.33, nº1 [citado a 2016-06-23], pp. 73-87. Disponível em http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312015000100005.
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