Riqueza

A riqueza de um indivíduo ou de um agregado familiar é medida pela quantidade de bens que se possuem.

A riqueza de um indivíduo ou de um agregado familiar é medida pela quantidade de bens que se possuem. Estes bens incluem normalmente o património financeiro como as contas poupança, ações ou obrigações, e o património material como a propriedade ou um negócio de família. Alguns cálculos sobre o que constitui a riqueza de um agregado familiar englobam os bens de consumo duráveis, como veículos ou frigoríficos.

Exposta a definição preliminar, passemos a outras dimensões associadas ao conceito de riqueza. Sabe-se que os bens constituem uma importante dimensão da estratificação geracional, uma vez que a propriedade é legada de geração em geração. Por exemplo, as famílias têm como prática deveras antiga, a acumulação de bens ou poupanças para colmatarem períodos em que se consolide uma crise de rendimentos, para assim prevenirem a desclassificação social. Apesar da importância da riqueza detida, os sociólogos tendem a colocar de parte este critério nos estudos sobre o estatuto socioeconómico de um indivíduo ou um agregado familiar, visto que é complexo obter dados válidos e fiáveis sobre os bens de um agregado. Porém, aplicando os dados disponíveis, sociólogos e economistas determinaram que na sociedade americana, a distribuição da riqueza é deveras mais iníqua do que a distribuição de rendimentos, pelo que os Estados Unidos da América exibem os mais altos níveis de desigualdade na riqueza entre os países desenvolvidos.

Para os economistas, a riqueza traduz-se no rendimento economizado em vez de despendido em necessidades diárias ou desejos de consumo. É igualmente importante notar que nem todos os indivíduos são capazes de economizar, uma vez que a acumulação de bens é extremamente complexa para a camada social da classe baixa, entendido que os rendimentos servem para a realização das necessidades diárias, e considerando que as necessidades dos pobres não são subsidiadas pelo empregador através de seguros de saúde ou seguro maternal.

Indicadores económicos referentes ao ano de 2000 nos Estados Unidos de América sugerem que cada vez mais famílias americanas têm dificuldades em poupar uma porção dos vencimentos: as dívidas dos agregados familiares têm excedido a acumulação de riqueza líquida desde 1999, o que significa que os americanos estão a falhar não só na acumulação de riqueza, como também estão a acumular dívidas a um ritmo cada vez mais alarmante. Os agregados familiares que têm testemunhado um aumento do seu património nos últimos anos, são conscientes de que tal se deve mais à inflação imobiliária do que ao aumento da taxa de poupança. Certas pesquisas apontam mesmo que determinados agregados familiares não detêm riqueza nenhuma, sendo que uma grande fatia destes agregados possui antes dívidas.

No decurso da história dos Estados Unidos da América, as iniciativas governamentais têm procurado encorajar a acumulação de riquezas por parte dos agregados familiares. Estes programas permitiram às famílias a posse de propriedade e poupanças para a reforma. Infelizmente, muitos destes subsídios governamentais beneficiaram mais famílias brancas nativas e não tanto outros grupos, resultando tal política num crescente fosso entre etnias e raças. Por exemplo, em média, um agregado familiar afro-americano possui somente 8 centavos em riqueza por cada dólar possuído por uma família branca. Esta disparidade persiste, apesar do abismo referente ao rendimento entre afro-americanos e americanos branco ter encolhido. Por outro lado, um agregado familiar afro-americano é bem capaz de deter riqueza na forma de uma propriedade residencial ao invés de a deter em termos líquidos como ações ou obrigações.

Recentemente, responsáveis pelos serviços sociais começaram a problematizar estas discrepâncias em riqueza, implementando soluções como programas para a redução da pobreza, que auxiliam a famílias com baixo vencimento a pouparem para educação dos filhos e para a reforma.

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References:

Keister, L. (2000) Wealth in America: Trends in Wealth Inequality. Cambridge University Press, New York.

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